Tomar um rumo...

Há tanto que procura as palavras exactas, as mais precisas para depositar aqui tudo que sinto, tudo que me explode à flor da pele sem sentido nem data marcada, mas o tempo para pensar e para agir tem sido tão escasso 
há tanto que me sinto incapaz, sem vontade, sem capacidade de transmissão. sinto uma ausência tão grande de carinho e compreensão. 
neste momento não consigo entender o que se está a passar na minha cabeça, que ordem é esta do mundo que gira sem eu dar conta, que arrasta consigo tudo que me dava sabor.
o pior de tudo é que não consigo dizer: basta! não consigo escolher o que de melhor me reserva o mundo, não consigo fugir a sucessivos e repetitivos assaltos que me assombram e me prendem como correntes a este presente tão incerto e tão incapaz de me mostrar o óbvio e o indispensável. 
é fraca a força que tenho, a pouca força que ainda tenho. é ínfima e cada vez mais redutível. 
sinceramente, não consigo entender o porquê de tanta discórdia, de tanta miséria que se atira com as palavras, no meu rosto, que me marca e me deixa ferida nesta rotina pesada e ordeira que me acompanha os dias. 
quero arranjar forças para tomar um rumo, quero ter o meu espaço e a minha vida e só depois todos os outros que me fazem bem. sem um estado de espírito marcado e bem definido, como poderei eu acompanhar os passos dos meus? é impossível. 
e ainda mais dói não ser entendida nem ouvida. e querer fazer-me ouvir sem sinal, porque não me dão ouvidos. o desprezo mora na tua casa há bastante tempo, esse e o orgulho, aquele ao qual dás tanto valor, talvez mais do que devias, mas (in)felizmente não tenho competências para te dizer isso, se é certo se é errado. afinal, o que queres tu de mim? 
como ALGUÉM me disse, num amor que valha a pena é preciso lutar e lutar sem demoras, sem negas. porque só assim vale verdadeiramente a pena conquistar. mas não vou à luta sozinha para conquistar algo que no fim, nada me diz, nada me faz falta. não quero ser objecto de uso, de pegar e largar, quero mostrar-te a ti e muitos mais que tenho realmente algo a fazer cá e que quero conseguir acender uma luz em quem quer que seja. quero. quero ser capaz, mas não serei se diariamente for confrontada com mal-dizeres, supostamente passageiros, daqueles que vão e vêm, sem sentido ou rumo definido

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